quarta-feira, 9 de março de 2016

Rally das Águas Quentes confirma que 2016 será um ano de aprendizado

A prova

A 18ª edição do Rally das Águas Quentes, no último sábado, marcou a abertura dos Campeonatos Brasileiro, Goiano e da Copa Centro Oeste de 2016. 
Seguindo a tradição do Calmon foi uma prova técnica, com medidas precisas e muitos desafios para pilotos e navegadores. Foram quase oito horas de prova divididas em duas etapas diurnas e uma noturna, totalizando 572 trechos. Para caber tudo isso a planilha se transformou em um calhamaço de 118 páginas. E para avaliar os competidores foram estabelecidos 191 PC (postos de cronometragem).
O grid reuniu 23 carros nas categorias Master, Graduado, Expedition e Ligth, além de 5 motos. A largada e a chegada aconteceram na cidade de Caldas Novas, Goiás. A chuva intensa nos dias que antecederam a prova trouxe um tempero a mais para o desafio. 


Nosso desempenho

Nós sabíamos que subir para a categoria Master representaria um salto significativo no nível de dificuldade das provas uma vez que as médias maiores exigem mais rapidez e precisão tanto na navegação quanto na pilotagem pois o intervalo de tempo entre as referências se torna menor. Sem esquecer que a viatura também é mais demandada pois potência e torque são determinantes para se atingir as médias estabelecidas no menor tempo possível, especialmente nas situações de retomadas de velocidade. Além do mais, nossos concorrentes passam a ser os pilotos e navegadores experientes e habilidosos que nós já admirávamos quando estávamos nas categorias anteriores.

Mas saber tudo isso na teoria é uma coisa, vivenciar é outra. E nós sentimos isso na pele logo no primeiro trecho de regularidade, no "balaio da macumba", ao tentar manter a média de 50 km/h e sentir o carro deslizar no piso molhado. Felizmente foi só um sustinho, sem consequências maiores do que um atraso de 1,3 segundos (13 pontos perdidos) no primeiro PC, mas foi um lembrete para o que tínhamos decidido antes da largada: fazer uma prova para chegar até o final, sem quebrar como havia acontecido em 2015 e sem querer testar os nossos limites.
E foi o que fizemos: andamos um pouco atrasados, cometemos dois erros de roteiro que foram consertados sem perdermos nenhum PC e chegamos para o almoço ao final da primeira etapa com a adrenalina mais estabilizada. Quando o resultado foi divulgado contabilizamos 6.431 pontos perdidos, na sexta colocação. Nesta etapa não conseguimos zerar nenhum dos 73 PC realizados, mas em 10 deles ficamos entre os três melhores. Os vencedores da etapa foram os mineiros José Eduardo e Márcia Guerra, com Troler, perderam somente 862 pontos.


A segunda etapa marcou a passagem pela Serra de Caldas, as várias passagens no "top seguido por barrão" (foto) e terminou com outra volta pelo "balaio da macumba". Sentimos que nosso desempenho melhorou, o que de fato aconteceu, pois perdemos nesta etapa 1.381 pontos, zeramos 5 dos 74 PC e em 18 vezes ficamos no top 3. Tudo indicava que ficaríamos melhor colocados mas é aí que o rally de regularidade mostra sua sutileza, nossos concorrentes também tiveram um desempenho mais alto e acabamos com a nona posição. Os também mineiros e também com Troler, Wander Almeida e Rafael Dal Bello venceram a etapa com incríveis 358 pontos perdidos. 

A terceira e última etapa trouxe o grande desafio de fazer rally durante a noite e passar outras vezes pelo já famoso "top com barrão" do Calmon. Foi uma experiência excelente. Mantivemos e reforçamos nosso objetivo de não perder roteiro e cumprir os trechos com segurança e percebemos como foi positivo, apesar dos furos, ter instalado os faróis de milha no teto do carro. Eles ajudaram muito. Desta vez não conseguimos zerar nenhum dos 44 PC e só fizemos seis top 3, perdendo 1.391 pontos e obtendo o 7º lugar na etapa. Wander e Rafael venceram também esta etapa com 144 pontos perdidos e se tornaram tetracampeões consecutivos do Rally das Águas Quentes. 
No final, cansados e satisfeitos, fomos para a festa da premiação com a certeza de que esta aventura foi divertida e valeu a pena. E sim, temos que comer muita poeira para aprimorar nossas habilidades e tentar chegar perto dos mestres.  Haja aprendizado!


1) Crédito da foto do "barrão": Calmon Vale Jr. 

2) Os resultados completos da prova podem ser acessados pelo site do Trail Clube Goiano






   


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